Fecho os olhos na anciã de te encontrar,
Por entre cada um dos meus pequenos pensamentos,
E nessa busca eu me perco, encontrando-te.
Mas ao perder-me em cada uma das palavras ditas,
Tenho a noção que vou perdendo o chão que me sustêm,
Perdendo-me do tempo e de toda a minha realidade.
A certeza com que te busco, em cada encontro,
Que tão fugazmente me arrebata a alma,
Faz-me prender no suspiro da tua boca,
Ou, mesmo em todos os sorrisos que da tua boca que eu não vi.
Sinto o tempo em nós,
E o amanhã que não chega, para te poder encontrar,
Mesmo que hoje, estejas na minha memória
Ainda fresco como uma flor que desabrocha para a vida.
Hoje, não penso, senão em ti,
Hoje tive o teu corpo e a tua alma,
Num único instante em que te reconheci em mim,
E foi nesse mesmo instante, que soube me tinha perdido em ti.
Os gestos de um estranho, nas palavras de um conhecido,
Mas a distância quem a soma?
Esta, que nem distância...
A alma, este lugar vago,
Que tão pouco se ilumina,
Hoje irradia ao som da primavera,
Com um rebento que cedo irá desabrochar.
Sinto no ar, o perfume das novas manhãs,
E todo o meu ser se converte aos seus novos estímulos,
Perdendo-se do nó dessas amarras, que cortavam os meus pulsos.
Oh, estranho, que ainda não vi,
É estranho como plantas em mim,
Um sentimento, que há muito sentia desconhecido.
(Com um beijo especial, para um amigo, que magoei sem querer)